10 Mulheres Notáveis de Portugal
No Dia da Mulher, queremos fazer uma homenagem a mulheres portuguesas que nos inspiram, todos os dias, a ser melhores.
Assim, celebramos a contribuição significativa de 10 mulheres portuguesas que, embora já não estejam entre nós, se destacaram nas mais diversas diversas áreas. Esta homenagem destaca mentes e espíritos notáveis e marcaram a história e cultura de Portugal.
Amália Rodrigues (1920-1999)
Música
Reconhecida como a "Rainha do Fado", Amália Rodrigues deixou um legado inigualável na música portuguesa, elevando o fado a níveis internacionais.
Cantora, autora, atriz e acima de tudo, fadista, é uma das mais brilhantes artistas do séc. XX, deixando um legado que continua a inspirar gerações. É considerada uma das melhores embaixadoras do fado no mundo e a artista portuguesa mais bem-sucedida de todos os tempos. O seu corpo está no Panteão Nacional, entre outras ilustres figuras portuguesas.
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
Literatura
Poetisa e escritora, Sophia foi a primeira mulher a receber o Prémio Camões, em 1999. Foram-lhe atribuídos ainda um doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Aveiro e o Prémio Rainha Sofia em 2003. A sua obra caracteriza-se por um profundo lirismo e pela capacidade de expressar a complexidade da condição humana.
É uma das mais importantes poetas portuguesas do século XX e também autora de diversos livros infantis, entre os quais A Menina do Mar, o Cavaleiro da Dinamarca, A Fada Oriana e A Floresta. Traduziu igualmente obras de Dante e Shakespeare.
Tal como Amália, está sepultada no Panteão Nacional.
Maria de Sousa (1939-2020)
Ciência
Imunologista de renome internacional, Maria Ângela Brito de Sousa contribuiu significativamente para a compreensão do sistema imunitário.
Formada em Medicina pela Universidade de Lisboa, exerceu em Inglaterra, Escócia e Estados Unidos e fez o Doutoramento em Imunologia. A investigação científica levou-a a tornar-se professora catedrática nesta área na Universidade do Porto.
A sua contribuição pioneira para o estudo da imunologia ajudou a desvendar certas respostas imunológicas do corpo humano, abrangendo desde os mecanismos fundamentais até aplicações práticas na medicina. A abordagem da cientista abriu portas para o desenvolvimento de terapias e vacinas mais eficazes.
Maria de Lourdes Pintasilgo (1930-2004)
Política
Primeira (e até agora única) mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra em Portugal, Pintasilgo foi uma líder notável e defensora dos direitos das mulheres.
Formada em Engenharia Químico-Industrial, presidiu à Juventude Universitária Católica Feminina e ao Movimento Internacional de Estudantes Católicos, foi investigadora e consultora e presidente do Grupo de Trabalho para a Participação da Mulher na Vida Económica e Social. Depois do 25 de Abril, foi ministra dos Assuntos Sociais, embaixadora delegada de Portugal junto da UNESCO e membro do Conselho Executivo da UNESCO.
Entre 1979 e 1980, liderou um governo de gestão em Portugal, caracterizando-se pela "liderança dialogante e manifesta preocupação de justiça social".
Elina Guimarães (1904 – 1991)
Justiça
Apelidada «Mulher de Liberdade», a jurista Elina Júlia Pereira Guimarães da Palma Carlos foi uma incansável defensora dos Direitos da Mulher.
Precursora do chamado feminismo jurídico, escreveu sobre este tema em diversas publicações e publicou artigos jurídicos em revistas especializadas. É autora dos livros “O Poder Maternal”, “A Lei Em Que Vivemos – Noções De Direito Usual Relativo À Vida Feminina”, “Guilherme De Azevedo Em Família”, “A Condição Jurídica Da Mulher No Direito De Família Perante As Nações Unidas”, “Coisas De Mulheres” e “Mulheres Portuguesas Ontem E Hoje”. Sua atividade foi essencial para chamar a atenção e informar sobre os direitos da Mulher.
Natália Correia (1923-1993)
Jornalismo
Jornalista, poetisa e ativista, Natália Correia foi uma figura marcante na imprensa portuguesa, contribuindo também para a literatura e os direitos das mulheres.
Autora do Hino dos Açores e cofundadora da Frente Nacional para a Defesa da Cultura, dominava vários géneros, desde a poesia ao romance, do teatro ao ensaio.
Poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora, Natália Correia ficou inicialmente conhecida na imprensa escrita e, posteriormente, nos anos 80, na televisão, através do programa Mátria. Durante esse período, defendeu uma forma particular de feminismo, o matricismo - um conceito que reconhece a mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional.
Carolina Michaëlis de Vasconcelos (1851-1925)
Educação
Filóloga e pedagoga, Carolina Michaëlis destacou-se como uma figura pioneira na educação. Foi ainda crítica literária, escritora, lexicógrafa e professora universitária, tornando-se a primeira mulher a lecionar na Universidade de Coimbra. Foi também pioneira como uma das duas primeiras mulheres a entrar na Academia das Ciências.
O seu impacto transcendeu as fronteiras académicas, desempenhando um papel fundamental como mediadora entre a cultura portuguesa e a cultura alemã. A sua contribuição foi tão notável que, em 1901, o rei D. Carlos reconheceu o seu mérito concedendo-lhe a insígnia de oficial da Real Ordem Militar de Santiago da Espada. Este gesto sublinhou a importância do trabalho de Carolina Michaëlis de Vasconcelos no campo linguístico e cultural, destacando-a como uma referência na promoção do património linguístico e cultural de Portugal.
Irmã Lúcia (1907-2005)
Religião
Conhecida como uma dos três pastorinhos que assistiram às aparições de Fátima, Lúcia de Jesus Rosa dos Santos destacou-se pela devoção religiosa e pelo seu papel espiritual em Portugal.
Juntamente com os seus primos Jacinta e Francisco Marto, alegou ser testemunha das aparições da Virgem Maria na Cova da Iria, em Fátima, com apenas 10 anos. Fez-se freira da Ordem das Carmelitas Descalças e foi declarada “Venerável” pelo Papa Francisco em junho de 2023.
Vieira da Silva (1908-1992)
Arte
Artista plástica de renome internacional, Maria Helena Vieira da Silva deixou um legado significativo no mundo das artes visuais. Estudou desenho em França, viajou bastante e expôs em diversas galerias em Paris, Nova Iorque, Lisboa e outras cidades. Exilada no Brasil com o marido durante a II Guerra Mundial, voltou mais tarde a Paris. Obteve cidadania francesa em 1956. Teve uma atividade artística muito ativa, com destaque para a pintura, cenografia, litografia, serigrafia, vitral, azulejaria e tapeçaria.
Tem um museu em seu nome em Lisboa, Portugal.
A Ferreirinha
Negócios
D. Antónia Adelaide Ferreira, conhecida como Ferreirinha, foi uma proeminente empresária portuguesa do século XIX. Notabilizou-se pelo seu envolvimento na produção de Vinho do Porto e pelas inovações marcantes que introduziu. Nascida numa família proprietária de extensa riqueza e vinhas, recebeu a carinhosa alcunha de Ferreirinha, que reflete o cuidado que nutria pelas famílias dos trabalhadores nas suas terras e adegas.
Enfrentou a ameaça da filoxera, uma doença que afetava as vinhas, e viajou até Inglaterra em busca de informações sobre métodos modernos e eficazes para combatê-la, bem como processos mais avançados na produção de vinho. Ferreirinha investiu em novas plantações de vinhas em áreas mais expostas à radiação solar, sem negligenciar as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais.
Estas mulheres extraordinárias moldaram a história de Portugal, deixando um impacto duradouro nas áreas em que se destacaram. Neste Dia da Mulher, prestamos homenagem à sua memória e inspiração.
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