CLT Painéis de Madeira para uma construção sustentável
Imagem: Arolla.pt
Como a madeira (CLT) volta a ser usada nas casas em Portugal
A sustentabilidade é cada vez mais um fator a ter em conta em todos os setores da economia.
Precisamos de encontrar novas formas de viver em sociedade sem prejudicar o ambiente – ou de recuperar métodos ancestrais que respeitam o equilíbrio com a natureza.
A construção civil não é exceção. Já aqui abordámos o caso das casas de madeira pré-fabricadas para venda em Portugal, expondo as vantagens e desvantagens deste tipo de habitação.
Agora, queremos focar-nos no CLT – Cross Laminated Timber, também chamado de X-Lam ou painéis de madeira lamelada-colada cruzada.
Começou a ser utilizado na Europa na década de 1990, sendo um recurso cada vez mais popular um pouco por todo o lado, em particular na América, Japão e Austrália.
O CLT tem origem em espécies resinosas da família das pináceas, sendo as mais comuns o abeto, espruce ou pinho.
Para perceber melhor o processo de produção, veja aqui como se faz o CLT (vídeo em inglês).
Fonte: canal Youtube Wood Solutions Australia
Vantagens do CLT
Há milhares de anos que trabalhamos a carpintaria.
Artesão carpinteiros são responsáveis por usarmos a madeira como recurso na construção de casas e outros edifícios, pontes, mobiliário, brinquedos, etc.
Mas o uso do CLT não obriga a destruir florestas.
De facto, este material é:
· Sustentável. É geralmente composto por madeiras provenientes de reflorestamento e não obriga à queima de combustíveis fósseis durante sua produção.
· Resistente. A prensagem em ângulos perpendiculares permite que o CLT apresente uma maior estabilidade e solidez.
· Isolante. Permite a concentração de calor nos inverno e refresca naturalmente nos meses mais quentes. Proporciona uma atmosfera saudável e com pouco consumo de energia.
· Protetor. Além da proteção térmica, oferece proteção acústica, antifogo e antissísmica, comprovada em testes de qualidade.
· Versátil. Pode ser utilizado em paredes, pisos, telhados, mobiliário, escadas, poços de elevadores, varandas com viga suspensa e outros fins. A espessura e comprimento do CLT é adaptada à medida de cada projeto.
· Prático. Os painéis são cortados previamente no fornecedor e montados no local da construção. É um material leve e que gera poucos resíduos, o que implica menos custos com a gestão de tempo, transporte, limpeza e mão-de-obra.
· Bonito. É evidente a beleza da madeira exposta enquanto material natural. E pode também pode ser pintada, envernizada ou revestida com outro acabamento.
Com a possibilidade de ser usado em grades obras, em painéis pré-fabricados, o CLT também pode também ser a solução para projetos personalizados.
Um exemplo disso está na Arolla, “um conceito arquitetônico holístico” que tem em conta as florestas que fornecem as árvores, a fábrica que produz os elementos, o arquiteto que assina o projeto e a equipa que o constrói.
O resultado: casas únicas, prontas a habitar, concebidas à medida de cada cliente, edificadas com elegância e rapidez.
A start-up garante que 90% dos recursos que utiliza são produzidos localmente. Os painéis de CLT com origem em Portugal são placas cortadas das zonas exteriores de troncos de pinheiro, larício-europeu e abeto.
Os 10% restantes provêm de parceiros de confiança e alta qualidade, contribuindo para um processo eficiente, que cumpre prazos e orçamentos.
A Arolla foi uma das vencedoras do Prémio Nacional de Sustentabilidade em 2021/22 atribuído pelo Jornal de Negócios.
O papel do CLT na sustentabilidade
O CLT é uma alternativa viável ao uso de areia, que é usada em quantidades gigantescas neste setor.
A areia um recurso que não é inesgotável nem renovável. Nas últimas décadas, a extração de areia aumentou exponencialmente, superando a do petróleo. É utilizada para a produção de
· Betão
· Argamassa
· Vidro
· Tijolos
· Aterros
Outras matérias-primas largamente utilizadas na construção são metais como o ferro, alumínio ou cobre; minerais como argila, calcário ou cascalho e, claro, a madeira.
É importante ter em conta todas as opções disponíveis de matérias-primas, para permitir uma construção civil de boa qualidade que não esgote os recursos naturais.
O CTL parece ser uma decisão acertada quando falados de projetos selecionados e sustentáveis.
“Em média, por cada tonelada de carbono sequestrada em produtos de madeira, usados em substituição de outros produtos de construção, atinge-se uma redução dos gases de efeito de estufa de 2 toneladas de carbono*”, refere o estudo “Edifícios construídos com painéis de madeira lamelada-colada cruzada” da autoria de Luís Jorge, do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
É um produto feito a partir de materiais reciclados, durável e com excelentes propriedades.
Não é por acaso que o CTL é cada vez mais utilizado na construção de edifícios residenciais, industriais e comerciais, substituindo com vantagem materiais como betão, alvenaria e aço.
Também pode ser usado para fabrico de portas interiores e exteriores resistentes e ecológicas.
Segundo o estudo referido acima, “os edifícios de madeira possuem um enorme potencial para mitigar o aumento destas emissões (de gases com efeito de estufa), contabilizadas em todo o ciclo de vida, desde o corte na floresta, transformação, uso na construção, manutenção e destino de fim de vida”. Nomeadamente:
· Aumentam o sequestro de carbono de longa duração;
· Substituem outros materiais mais emissores de carbono e consumidores de energia (ex.: aço, alumínio, betão e alvenaria);
· A madeira possui um coeficiente de condutibilidade térmica reduzido, com potencial para edifícios energeticamente eficientes;
· Estimulam o plantio de mais árvores e aumento da área florestal. Uma das premissas fundamentais é a opção por madeira com certificação de Gestão Florestal Sustentável e Cadeia de Responsabilidade.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Areia
https://www.new-edge.pt/pt/noticia/o-que-e-clt-cross-laminated-timber
https://www.environdec.com/library/epd2033
https://www.naturallywood.com/products/cross-laminated-timber/
http://www.hms.civil.uminho.pt/events/casas_madeira/49_62.pdf
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