Carros elétricos em Portugal: procura está a crescer
A mobilidade elétrica é uma aposta ganha em Portugal, com um número crescente de pontos de carregamento.
Se já tem um carro elétrico – ou está a pensar em investir num – saiba que os portugueses são um dos principais países a mostrar interessados neste segmento.
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A “procura de carros elétricos vai subir 20% ao ano até fim
da década”, anunciava
o Diário de Notícias a 18 de julho último. A notícia surgiu na sequência de
um debate promovido pelo Portugal Mobi
Summit.
"Vários estudos europeus colocam Portugal em lugares cimeiros do ranking”, garantiu Luis Barroso, o presidente da Mobi.e, citado pelo jornal. "A rede pública nacional conta atualmente com cerca de 5500 pontos e, com a ajuda do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), deverá atingir os 15 mil pontos em todo o país até 2025", exemplifica o responsável.
Uma melhoria bastante significativa, visto que, há apenas dois ou três anos, o país estava abaixo da média no que respeita a infraestruturas de carregamento.
Esta alteração de cenário deve-se sobretudo ao reforço do investimento na rede pública por parte da Mobi.e e da EDP.
A Mobi.e encontra-se prestes a terminar a instalação de 10 hubs, nos quais se vão encontrar 12 estações de carregamento rápido e ultrarrápido.
Por seu turno, a EDP, em parceria com a Brisa, já conta com instalação de 48 carregadores rápidos e ultrarrápidos nas autoestradas portuguesas. No país vizinho, celebrou a instalação de 450 pontos de carregamento nos seus parques de estacionamento em parceria com cadeia espanhola de supermercados Ahorramás.
O objetivo é passar dos atuais 2100 pontos de abastecimento elétrico para quase 3 mil até ao fim do ano.
Segundo Pedro Vinagre, administrador da EDP Comercial, a empresa nacional estima que “em dez anos passemos de um nível de vendas de 130 mil veículos por ano para 120 mil por semana". Uma expansão “impressionante” que irá refletir-se num aumento da procura da ordem dos 20% ao ano até 2030, acredita o gestor. E conclui: "estarmos a viver o período mais desafiante, um verdadeiro "boom" da mobilidade elétrica".
A transição energética já está a acontecer
Também a Iberdrola e a BP anunciaram investimentos de 1 bilião de euros em 11.000 pontos de carregamento de automóveis elétricos em Espanha e Portugal. O jornal espanhol El Pais dava conta de uma parceria entre as duas empresas energéticas para o desenvolvimento do hidrogénio verde na Península Ibérica e no Reino Unido.
Os novos carregadores rápidos e ultrarrápidos serão instalados em "locais de alta procura" e irão "expandir significativamente" o acesso ao carregamento de automóveis, carrinhas e veículos pesados. A mobilidade elétrica é já uma realidade, mas promete crescer rapidamente nos próximos anos. Os primeiros 5.000 postos de carregamento conjuntos da espanhola Iberdrola e da britânica BP deverão estar disponíveis já em 2025. Os restantes 6.000 chegarão antes de 2030.
Aliás, a década de 2030 deverá ser um período chave para a descolagem definitiva da mobilidade elétrica. "Para o conseguir, a BP e a Iberdrola propõem a inclusão dos seus centros de cobrança rápida, atuais e futuros, nesta empresa comum", cita o El País.
Até à data, a Iberdrola tem 2.500 pontos de carregamento em Espanha e Portugal, que duplicarão as suas infraestruturas em menos de três anos. A BP tem 10.000 nas Ilhas Britânicas e, em menor escala, na Alemanha, e está agora a procurar converter as suas 1.300 estações de serviço no continente espanhol em centros de reabastecimento.
O desafio dos carregamentos e carros elétricos
Como se concluiu no debate, esta procura crescente por carros elétricos constitui um desafio para os operadores.
"Temos de colocar o cliente no centro desta transformação", reconhece o administrador da EDP Comercial, focando-se na informação sobre a mobilidade elétrica, reforço da rede de carregamento e na construção de parcerias com outras empresas, no sentido de acelerar e facilitar o mercado.
Os veículos elétricos são atualmente responsáveis por 0,5% da procura de energia na União Europeia. Mas, nos próximos anos, o consumo deverá subir rapidamente para 2% a 3%. Em 2030, prevê-se que a procura de energia elétrica para os veículos se aproxime dos 10% no espaço comunitário.
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Hidrogénio verde, energia do futuro
A parceria da Iberdrola e da BP também abarca a produção de hidrogénio verde. Um gás considerado essencial para a descarbonização de veículos pesados, como camiões e comboios, que atualmente funcionam com diesel, ou de aviões, que queimam querosene e derivados como o amoníaco e o metanol.
As duas empresas pretendem desenvolver conjuntamente centros de produção de hidrogénio em Espanha, Portugal e no Reino Unido, com uma capacidade total de "até 600.000 toneladas por ano, integrando novas capacidades de energias renováveis".
Ignacio Sánchez Galán, presidente da Iberdrola, declarou que “com este acordo continuamos a fazer progressos na descarbonização e autossuficiência energética através da eletrificação de dois sectores-chave da nossa economia, os transportes e a indústria".
Por sua vez, o CEO da BP, Bernard Looney, destacou "o desenvolvimento de soluções energéticas com baixo teor de carbono que os nossos clientes exigem”. Soluções essas que integram diferentes tecnologias, capacidades e formas de energia. “Podemos consegui-lo mais rapidamente e em maior escala, trabalhando em parceria com outros".
Por sua vez, o CEO da BP, Bernard Looney, destacou "o desenvolvimento de soluções energéticas com baixo teor de carbono que os nossos clientes exigem”. Soluções essas que integram diferentes tecnologias, capacidades e formas de energia. “Podemos consegui-lo mais rapidamente e em maior escala, trabalhando em parceria com outros".
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