AHP prepara 33º Congresso da Hotelaria e Turismo
Imagem: Rawpixel.com
O 33º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo de Portugal terá lugar em Fátima, entre 16 e 18 de novembro de 2022.
O Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, vai acolher mais uma edição do Congresso Nacional de Hotelaria e Turismo, organizado pela AHP – Associação da Hotelaria de Portugal.
O programa e os oradores do congresso ainda não foram divulgados. Contudo, temos estado atentos aos temas que preocupam a indústria hoteleira, como de resto a própria AHP tem vindo a anunciar no seu site.
Estas são algumas propostas que poderão ser abordadas:
Alterações climáticas
Reduzir o consumo de água para enfrentar situações de seca é algo que a hotelaria tem vindo a preparar há já vários anos.
"Esta situação de stresse hídrico ou de défice de água já não é a primeira vez que nos atinge” declarou à Agência Lusa Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP. “A associação tem, desde 2017, uma série de boas práticas e de informação que é prestada quer aos nossos hóspedes, quer a todos os colaboradores, no sentido de haver uma monitorização constante dos consumos de água”.
A poupança deste bem tão precioso passa pela alteração dos comportamentos de consumo, dos hábitos de limpeza e da adoção de tecnologias por parte das instalações hoteleiras. Por exemplo, medidas como instalar “as torneiras com sensores, os redutores de caudal, agora os autoclismos de dupla descarga e os sistemas de dosagem de detergente, mesmo os que são utilizados para a limpeza” ou até “a mudança da roupa de cama e de casa de banho não ser diária”.
Também a redução do consumo de eletricidade é uma realidade cada vez mais presente nos hotéis portugueses, com a introdução de mecanismos que permitem a ligação de iluminação e aparelhos como ar condicionado apenas quando o hóspede está no quarto.
Falta de Pessoal
“Faltam pessoas, faltam soluções” é um tema que Cristina Siza Vieira tem vindo a desenvolver em artigos de opinião no Diário de Notícias.
“O tema da escassez de RH é já velho”, relara a responsável. “Basta navegar nas notícias por essa busca e, já em 2017, os hoteleiros vinham alertando para a necessidade de se captarem pessoas para as escolas e profissões hoteleiras, quer para house-keeping, serviço de cozinha e mesa, quer para receção, revenue managment, apoio administrativo, etc.”
No entanto, apesar dos avisos, o cenário tem-se vindo a degradar de ano a ano. A retoma das viagens pós-pandemia veio agravar a situação, em especial nos aeroportos, mas também em hotéis, restaurantes e cafés. E o mesmo acontece em Espanha, França e Reino Unido, onde faltam milhares de trabalhadores no setor. Em Portugal, a estimativa aponta para a carência de pelo menos 15 000 profissionais.
A solução pode passar por contratar mão-de-obra estrangeira. Mas há mais medidas a tomar.
Segundo Cristina Siza Vieira, há que “combinar 4 fatores principais:
1. Adaptação das empresas. Seguramente oferecendo outras e melhores condições remuneratórias e de gestão de horários aos trabalhadores, designadamente com recomposição dos turnos e horários de trabalho menos pesados.
2. Muito maior esforço do Estado, criando muito mais rápidas condições para a imigração e desagravando a carga fiscal que pesa sobre as empresas para a contratação.
3. Adaptação dos trabalhadores e das estruturas sindicais que os representam para a maior flexibilidade, quer para a polivalência, quer para diferentes modelos de organização.
4. Adaptação do serviço, desde logo porque há ainda muito espaço para a digitalização e para, com imaginação, "habituar" os nossos hóspedes e turistas a outro tipo de atendimento e serviço.
Aeroporto
“Portugal não pode esperar mais pelo aeroporto", afirmava Bernardo Trindade, presidente da AHP, em entrevista ao Expresso.
Com a rápida recuperação do Turismo, depois de dois anos de
incerteza e confinamento, as pessoas voltaram a viajar em força. “É preciso
acelerar a decisão sobre o novo aeroporto além de avançar “obras urgentes na
Portela”, avida o responsável.
De facto, este é um tema que já abordamos aqui no Portugal Actual, numa notícia sobre Turismo em Portugal a crescer: 2023 com níveis superiores a 2019
Quando questionado sobre um possível adiamento do novo
aeroporto para 2027, Bernardo Trindade contrapõe: “A Comissão Europeia projetou
que Portugal vai liderar a recuperação em 2022, que estará muito alicerçada no
turismo. Se o país é o que mais crescerá a nível da União Europeia, a nossa
preocupação é que em 2023 a principal infraestrutura aeroportuária não terá
capacidade de responder a esta esperada recuperação. E precisamos urgentemente
de fazer obras na Portela, para haver mais estacionamentos de aviões, melhor
qualidade de serviço dos prestadores, e um deles claramente é o Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras (SEF)”.
Se em vez de hotéis, prefere acampar, leia a nossa análise dos Parques de Campismo de Portugal: Norte a Sul e Ilhas.
Quais os temas que considera pertinentes para debater no próximo Congresso da AHP?
Deixe a sua sugestão nos comentários abaixo.